A primeira vítima

Israel tem que refletir sobre o bloqueio à Faixa de Gaza e não ceder às exigências de retaliação contra civis, pois essa traz consequências piores. Não demora começa-se a compará-lo ao cerco do Gueto de Varsóvia, quando os judeus foram encurralados pelos nazistas e conduzidos a campos de concentração. Até a imagem do garotinho judeu com os braços levantados diante dos soldados alemães será resgatada, na foto imortalizada pela memorabilia do Holocausto. O problema da História está em sua tendência a se repetir, seja como farsa, seja como tragédia. Até agora ninguém se lembrou da comparação entre as duas situações. E quando se lembrar, de acordo com sua preferência, amplifica semelhanças e oblitera diferenças. A objetividade, a qualidade ideal da verdade, é sempre a primeira vítima. Até a vingança tem prazo de validade, sob pena da aniquilação recíproca.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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