O MINISTRO Paulo Pimenta, da Secom, chama de chupim o ex-presidente Jair Bolsonaro por este tirar proveito da ação do governo na repatriação dos brasileiros retidos em Gaza. O chupim é conhecido como ave parasita, atributo também referido a Bolsonaro, segundo o ministro, porque põe seus ovos para serem chocados nos ninhos do Tico-Tico, que também os cria. Bolsonaro quis tirar proveito da liberação dos brasileiros, ação exclusiva e integral do governo Lula. O ex-presidente foi incapaz de expressar em palavras sua solidariedade com os compatriotas em risco, e recolheu sua retórica covarde para não condenar a ação de quem retinha os brasileiros. Um gesto de conveniência e até crueldade – de que não será acusado e sentido pelos seus seguidores – pois deixou de expressar protesto contra Israel, que bloqueava a repatriação.
É que Bolsonaro, ao casar com Micheque, assumiu a crença neopentecostal de que Jesus voltará via Israel. Não teve sequer o gesto digno de um Jimmy Carter, que mesmo fora do governo – e muitas vezes comprometendo a política dos EUA – viajava para prestar apoio a americanos retidos ou presos no estrangeiro. Mas entre Carter e Bolsonaro vai a distância entre o canário e o chupim. A propósito, na infância conheci o chupim pelo apelido tradicional: virabosta. Que nem Jair Bolsonaro.