República Guarani: jesuítas e indígenas do sul do Brasil

Numa feliz coincidência com a tramitação do marco temporal das terras indígenas no Congresso Nacional, a editora Almedina Brasil tem o prazer de anunciar o lançamento da reedição do roteiro ilustrado (110 págs.) do documentário, “República Guarani” (1982), de Sylvio Back, premiado, juntamente com sua telúrica trilha sonora, no Festival de Cinema de Brasília em 1982 e alvo de inestimável fortuna crítica.

República “Comunista-cristã”

Pesquisado e escrito em colaboração com o escritor e editor, Deonísio da Silva, este livro revelador é o resgate de um projeto missionário único da Igreja junto a milhares de índios Guarani na mesopotâmia dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai. Foi lá que, durante 150 anos (1610-1756), vingou uma autointitulada “República “Comunista-Cristã” dos Guarani, cujo alvo era integrar, cosmogônica e socialmente, todo o espectro indígena do Cone Sul, operação que se reflete ainda hoje em todo país na polêmica equação de poder entre brancos e povos originários.

Pegada iconoclasta

Depois de assistir ao filme, o filósofo Roberto Romano (1946-2021) escreve que Sylvio Back, pela pegada iconoclasta de sua obra, “não é bendito nos pantanais ideológicos. Sua escrita fere os estagnadores da inteligência”.

Expressão ora atualizada pelo crítico de cinema e dramaturgo, Rodrigo Fonseca, sobre a pertinência política desse inédito lançamento com sua apresentação, “Evangelho da dessacralização”. Sem meios tons, os autores esmiúçam de forma premonitória e simbólica o permanente racismo da chamada civilização visando constranger, quando não asfixiar e matar as populações indígenas sobreviventes. 

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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