São cinco os ministros de Lula os principais alvos de reclamações de aliados. Além de Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Carlos Fávaro (Agricultura), como mostrou o Bastidor, Nísia Trindade (Saúde) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social) também são recorrentemente citados nas conversas do presidente com lideranças do Congresso.
O caso de Nísia tem a ver com dinheiro, com a liberação de emendas, e com a resistência em ouvir deputados e senadores para priorizar investimentos. O orçamento da pasta em 2023 foi de 183 bilhões de reais.
Mais de uma vez, Lula ouviu que a ministra tomou decisões sem atender a demandas de parlamentares e prefeitos. Ao Bastidor, um deputado disse que muitas cidades precisam de recursos para pagamento de funcionários da saúde e não necessariamente da construção de uma UBS (Unidade Básica de Saúde).
A insatisfação aumentou na medida que cidades enfrentaram, ao longo do ano, dificuldades de acesso ao Fundo de Participação dos Municípios. “Faltou sensibilidade do ministério”, disse o parlamentar.
A Saúde, pelo tamanho do orçamento, é um dos desejos do Centrão. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já reivindicou o cargo. O PSD também.
A avaliação sobre Dias é que ele decepcionou como o ministro do Bolsa Família, que deveria ter sido o maior destaque na volta de Lula ao poder. O desempenho do ministro, ainda na época da transição, foi questionado. Ele foi o primeiro responsável por negociar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que dava uma licença para o governo gastar fora do teto de gastos e fracassou.
O texto só foi aprovado com a articulação de Lula, de Geraldo Alckmin e das lideranças do Congresso.