ESTÁ no Diário Oficial, o protocolo antiassédio das mulheres. Criação da deputada petista Maria do Rosário, o protocolo resume-se na frase “Não é não”. Ou seja, quando a mulher diz não, é não, ponto final, nada de talvez ou quem sabe. Mas como tudo que envolve a língua falada e escrita neste país, com ou sem sotaque petista, a expressão é equívoca, no rigor da ontologia para as expressões de sentidos conflitantes; ao contrário das categóricas – ou unívocas. Portanto, “não é não” também pode ser lido e entendido como “esse meu não não é um não”.
Ainda que o Insulto tenha ojeriza a advérbios – e a petistas salvadores do mundo – esse “Não é não” precisaria de um “mesmo”: “Não, não mesmo”. Mas o que esperar da petista Maria do Rosário que, em cerimônia sobre o Holocausto na sinagoga de Curitiba, enalteceu Jesus Cristo. Rosário era ministra dos Direitos Humanos de Dilma. Sem contar o nome “do Rosário”, com tamanha falta de noção, o governo seria melhor representado pelo ministro da Agricultura, que poderia falar sobre o maná que Deus mandava aos judeus durante o Êxodo.
(Esta crônica é dedicada ao doutor Isaac Ingberman, que, sentado ao meu lado na sinagoga, indignado com o pronunciamento da ministra, contorcia-se na cadeira e me sussurrava em ídiche: “Essa mulher me enfia shpilques im tuches, que mal traduzido significa “agulhas no rabo”.)