O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), não foi enfático, mas disse que “deve ir” ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na avenida Paulista no dia 25 de fevereiro.
Por trás da declaração há o cálculo de que ainda é possível, além de contar com o apoio do ex-presidente na eleição municipal deste ano, demovê-lo da ideia de indicar o ex-coronel da Rota Ricardo Melo Araújo para a vaga de vice.
Mesmo contra a vontade de aliados, Nunes está disposto a ir ao ato para não contrariar Bolsonaro. Apesar do acordo entre o prefeito e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Bolsonaro só topou o apoio se indicasse um nome dos seus na chapa. Se descontentar Bolsonaro, Nunes acha que terá poucas chances de demovê-lo da ideia de ter o militar na vice.
O Bastidor já mostrou que, no entorno de Nunes, a aliança com o bolsonarismo é vista como um fator pragmático para chegar ao segundo turno, mas não determinante para vencer a eleição.
A ideia de Nunes é mostrar que ele não rejeita o bolsonarismo em público. É mais fácil conquistar o ex-presidente marcando presença na Paulista. Até o dia 25, porém, haverá quem tentará convencer Nunes do contrário.
O prefeito pediu ajuda ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, para persuadir Bolsonaro na escolha do vice. O argumento é que as pesquisas apontam a liderança de Guilherme Boulos (PSOL) e que, em 2022, Lula derrotou o ex-presidente na capital paulista, por isso o ex-policial não seria uma boa opção.
A alegação já foi defendida por aliados próximos de Bolsonaro, como Valdemar. Mas o ex-presidente bateu o pé após o PL não bancar seu candidato favorito, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.