Pacheco x Haddad

A conflituosa renegociação da dívida dos estados com a União, em especial a de Minas Gerais, é um novo motivo de embate entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O ministro, na alternativa que apresentou aos governadores, desconsiderou a maior parte da proposta formulada por Pacheco, que busca um protagonismo na discussão. Ele planeja ser candidato ao governo de Minas em 2026 com o apoio de Lula e do PT.

A versão de Haddad desagradou também membros do seu partido no estado. Petistas, que chegaram a negociar uma alternativa na Assembleia Legislativa de Minas, disseram ao Bastidor que a proposta defendida por Pacheco foi feita a partir de discussões de deputados estaduais.

Membros do PT admitem que a versão de Haddad precisa ser “aprimorada”. A proposta da Fazenda condiciona a redução dos juros das dívidas ao investimento em ensino médio técnico e só discute, de forma limitada, a ideia de Pacheco de amortização extraordinária dos débitos com ativos.

O senador propõe, por exemplo, a federalização de estatais e a cessão de créditos do acordo de Mariana e da Lei Kandir para a União. São dois pontos fundamentais do plano Pacheco.

Na disputa, a maior parte do PT está com o presidente do Senado, que irá apresentar e encaminhar o projeto no Congresso. Como lá é ele quem tem a caneta, a expectativa é que a sua versão seja a vitoriosa.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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