“O estilo, por sua vez, não é exterior ao homem, ele é o homem. Nas palavras desse autor, o estilo é o próprio homem. O estilo não pode, pois, nem arrebatar-se, nem transportar-se, nem alterar-se: se for elevado, nobre, sublime, o autor será igualmente admirado em todos os tempos” (excerto na Wikipedia do texto, claro, completo, no francês clássico do discurso de posse do conde de Buffon na Academia Francesa).
Representa uma violação cruel e dolorosa ver o texto republicado de forma e formas diferentes do original, em leiaute alheio que o retalha, grafado em partes que não traduzem seu conteúdo, nem lhe atribuem ênfase significativa. Aquilo não representa o estilo, o autor, homem que o identifica, com o DNA originário, que nele expõe, em forma e figura, sua visão de mundo, suas leituras e reflexões – seu estilo, em suma. Quem escreve e publica sob sua conta e risco contempla o texto com o amor, o desvelo e o carinho como ao filho que ressona no berço. Fantasiar filho alheio é deturpar o estilo, é matar o homem que legitima a criança. Antes rejeitar esse filho que vê-lo a fazer gracinhas para o pai espúrio. Uma traição à outrance, diria o velho Buffon.