Tragédia no RS mostra o que o brasileiro tem de melhor

É comovente ver como o brasileiro é melhor quando é mais unido

Diante da calamidade que tomou conta do Rio Grande do Sul, tem aflorado o que o brasileiro tem de melhor, a solidariedade. As redes sociais estão inundadas de correntes de socorro, grupos de WhatsApp de amigos e de amigos de amigos engajados em torno de uma causa comum, ajudar o povo gaúcho.

O brasileiro tem sido mais brasileiro em sua essência, a de uma nação que se dá as mãos, que renova os laços que nos unem, que abraça a todos que nasceram, cresceram ou escolheram viver neste país que chamamos de nosso. Não somos apenas o retrato estereotipado da alegria, mas milhões de pessoas que doam tempo e recursos.

Apesar da falta do hábito da filantropia, nosso envolvimento em causas sociais cresce justamente diante de eventos em que as campanhas de arrecadação aumentam na TV, nas redes sociais e ganham apoio de pessoas públicas. Foi assim durante a pandemia de Covid-19, quando avançamos 20 posições e ficamos em 54º no World Giving Index (Índice Mundial de Solidariedade).

Flutuamos no ranking ano a ano, mas não deixamos de nos apresentar se somos requisitados. Em 2022, quando o país registrou 25% das mortes causadas pelas consequências do excesso de chuvas em dez anos, o Brasil ficou em 18º no levantamento. No ano seguinte, despencamos para 89º lugar, quando o número de vítimas e desabrigados diminuiu apesar do aumento de transbordamentos de rios e deslizamentos de terra.

A análise do comportamento solidário no mundo é feita por meio de pesquisa conduzida pela Charities Aid Foundation, que analisa aspectos como doação, voluntariado e participação em atividades. Os índices mostram tendências e particularidades de culturas diversas e serve como ferramenta para incentivar maior participação da sociedade. Aos poucos, percebemos como fazemos diferença quando abraçamos nossos problemas coletivamente.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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