Veja-se!

Pára quieta ai, pentelha,
Pra eu poder te desenhar,
Eu sou a rua pinça, mina.
Cheguei pra te depilar.

Te penteio com o meu pente, nega.

Te pinto com minha broxa, grenha,
Despenteio a tua tocha cheia,
Faço o teu pêlo desenrolar.

Pêlo sim e pelo não,
Não me faz embaraçar,
Que eu te descabelo toda, mola.
Pena e pluma a deslizar.

Me revolto e te revolvo,

Minha garotafina fina,
Faço de você boneca,
Cabeluda colombina.

Mexe-mexe com as madeixas.

Mata densa emaranhada.
Mete isso na cabeça,
Mecha luz enraizada.

O meu pente banguela.

Todos os dentes perdeu,
A tua crina, megera,
Minha palma amoleceu.
Fica paradinha aí,
Que eu quero só te espiar,
Faz de mim o teu reflexo.
Tua imagem a me mirar.
Barbara Gancia, 48, é colunista da Folha de S. Paulo e da BandNews FM e apresentadora do Bandsports. Ela se depila com uma receita caseira de açúcar queimado.

O livro Moças Finas nasceu neste blog, quando comecei a publicar as moças finas do Orlando Pedroso. Além do prefácio da Barbara, o cartunista que vos digita também meteu o bedelho e prefaciou, a pedido do autor. Rá! Solda.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Geral. Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.