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Segundo Luiz Redinger, irmão do cartunista, muitas histórias contadas amenizaram a tristeza da despedida. Uma delas foi relatada por Chico Caruso, que falou sobre a faceta musical do colega, que, morando em Nova York, sempre que podia participava dos shows humorísticos dos irmãos Caruso.
— Era um grande reforço com seu tamborim — disse Chico. — Redi fazia tudo com prazer e humor. No filme “Isso é problema seu”, fez o papel de um investidor que sai do prédio da Bolsa de Valores e sofre um ataque cardíaco. Acaba cuidando de seu próprio enterro, desce à sepultura batucando no caixão e pedindo: “Garçom, me dá uma cerveja que vou beber até viver!”.
Contemporâneo de Redi e co-diretor do curta, o também cartunista Nani completou:
— Filmamos em 1974 e Redi era um ótimo ator, mesmo não tendo prosseguido. Ele tinha um humor sofisticado, mas também era muito popular. E Caruso acrescentou:
— Sabe a história da pessoa certa na hora e no momento certos? Redi nunca seguiu isso, era o antioportunista, não pedia nada a ninguém, mesmo com amigos importantes.
Radicado nos EUA desde os anos 80, Redi trabalhou no “New York Times”, assinando as duas únicas charges publicadas na capa do jornal desde a sua fundação. Redi conseguiu seu green card graças a uma carta do jornal americano, como lembrou seu irmão.
— Nessa carta, que foi lida no enterro por minha cunhada, eles diziam que seria muito difícil achar um americano com tantas qualidades como as daquele brasileiro — contou o irmão. — Redi tinha particularidades que faziam dele alguém muito especial.
Era ambidestro, mas escrevia com a direita e desenhava com a esquerda.