Ordem do mérito

Martha Alencar e Hugo Carvana a caminho do grande salão.

A cantora Daúde, elegante como um cartão de crédito.

Ontem à noite fui ao Theatro Municipal atraído pela cerimônia de entrega das insígnias da Ordem do Mérito Cultural para vários brasileiros. Alguém colocou meu nome em alguma lista de convidados – e o comunicado chegou durante a semana por email.

De acordo com o roteiro, o cineasta Ruy Guerra seria o porta-voz dos condecorados, em meio a uma homenagem especial a Machado de Assis, pelo centenário de sua morte.

A presença do presidente Lula era o destaque do convite – pessoal e intransferível – emitido pela Presidência da República, razão pela qual se exigia a confirmação prévia do comparecimento. O teatro estava lotado, mas, como numa cena do filme Blow-up, de Antonioni, depois de conseguir um confortável lugar ao sol, na melhor fileira da platéia, me desencantei com a situação e… fui-me embora.

Sim, após uma hora de atraso, quando ainda aguardava-se a presença do presidente Lula e sua comitiva, me evaporei do lugar…

Antes de sair, porém, tive tempo para conversar sobre o meu tédio claustrofóbico com o casal Hugo Carvana e Martha Alencar, meus amigos das antigas; troquei um dedo de prosa com a elegante Daúde e recebi os elogios de Silvio Da-rin bque se derramou em elogios ao álbum 90 anos de cinema, de minha autoria.

Meu último olhar identificou na platéia os atores José de Abreu, Othon Bastos, o polêmico Guilherme Fontes (produtor do eterno Chatô), Antonio Fagundes, o diretor Nelson Pereira dos Santos, Chico Caruso e o maestro Marlos Nobre. Todos esperando o nosso guia. Na rua, com a garoa fina batendo no rosto, atravessei a Cinelândia e fui tomar um chope e comer um galeto – num daqueles restaurantes de balcão – quando, em menos de cinco minutos, descobri que deu vaca na cabeça.
Toninho Vaz, de Santa Teresa.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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