Preparem-se!

Pára quieta aí, pentelha,
Pra eu poder te desenhar,
Eu sou a tua pinça, mina,
Cheguei pra te depilar.

Te penteio com o meu pente, nega,

Te pinto com minha broxa, grenha,
Despenteio a tua tocha cheia,
Faço o teu pêlo desenrolar.

Pêlo sim e pelo não,

Não me faz embaraçar,
Que eu te descabelo toda, mola,
Pena e pluma a deslizar.

Me revolto e te revolvo,

Minha garofina fina,
Faço de você boneca,
Cabeluda colombina.

Mexe-mexe as madeixas,

Mata densa emaranhada,
Mete isso na cabeça,
Mecha luz enraizada.

O meu pente banguela,

Todos os dentes perdeu,
A tua crina, megera,
Minha palma amoleceu.

Fica paradinha aí,

Que eu quero só te espiar,
Faz de mim o teu reflexo,
Tua imagem a me mirar.

Bárbara Gancia

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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