Luzes da ribalta

O Raimundo Caruso, como já foi dito aqui, procura um encenador capaz de transformar sua história já escrita – Bem-vindo, Brasil, à Antártida – em espetáculo teatral. Para quem não conhece (ou não lembra, pois ele morou em Curitiba nos anos 70) posso garantir que o Caruso é um sujeito de estradas e bagagens. Agora, no final de 2006, durante minha palestra no CESUSC de Florianópolis, pude perceber um sujeito no fundo da sala lotada, mais velho que a medida da platéia, que acompanhava tudo atentamente… No final, ele estava na minha frente esperando uma reação. Eu demorei alguns segundos para exclamar: “Raimundo Caruso, amigo véio das quantas!”.

Depois, no bar da escola, durante uma cervejinha, ele me falou, entre outras coisas, de uma peça de teatro que tinha escrito e gostava muito. Queria apresentá-la a possíveis encenadores ou interessados-sem-compromisso. E isso já aconteceu. Vejam o que diz Gil Leal, editor catarinense, sobre o texto do Caruso (que está conversando com o Karam, em Curitiba, de quem descobriu o livro Encrenca, etc.).

TEATRO: UTOPIA DO
BRASIL É O PÓLO SUL

Num tempo onde a maioria das peças de teatro que se vê é comédia- aliás, cultura, política, partidos políticos, educação e mídia em geral não vão, hoje, no Brasil, muito além desse patamar de humor engordurado e alienação -, eis que surge um texto teatral vigoroso, culto, inteligente e de oposição. Uma peça de teatro que, nessa geléia geral da produção nacional, é uma rara luz no fim do túnel. Refiro-me ao texto “Bem-vindo, Brasil, à Antártida”, de Raimundo C. Caruso, que a partir da história da fuga de Portugal e da chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808, organiza uma trama que inclui o próprio filósofo inglês Thomas Morus, autor de “A Utopia” (1516), e que teria embarcado por engano na frota portuguesa. Raimundo Caruso é poeta, romancista e prêmio nacional de literatura. Texto baseado em documentos históricos e contemporâneos, bem como nas políticas dos atuais dirigentes e ideólogos das esquerdas nacionais, Thomas Morus se espanta com a resignação e com a falta de imaginação dos líderes brasileiros que, sob todos os aspectos, parece que perderam completamente o rumo. Decepcionado com tanta estupidez e falta de coragem política, o autor de “A Utopia” resolve voltar para Londres quando descobre que o maior sonho do presidente do Brasil – uma marionete pomposa e inocente nas mãos de certos impérios centrais – é construir uma nova civilização em pleno Pólo Sul.

Interessados em conhecer a peça, escrever para rccaruso@gmail.com

Toninho Vaz, de Santa Teresa

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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