Todo dia é dia de poeta


AGONIA, PAIXÃO E
ÊXTASE DE UM GOLEIRO ENQUANTO
UM SER QUE ESPERA

E esperando torna maldito o lugar comum
Como os gritos da torcida, os campos da primavera
Os jogos em um a um

Engana-se quem pensa que é fácil
Segurar esta barra, esta bola

É preciso mãos de ferro, mãos de aço
Mãos de borracha

É preciso o reflexo da águia
O fôlego de um gato
Um salto de sete léguas, eu acho

Eu e o atacante
Nascemos por motivos diversos
O destino quis que a gente se achasse
Na mesma hora, na mesma verdade
Nesta altura do campeonato
Posso dizer
Na mesma história
No mesmo combate

Ele de olho na minha noiva
Um véu de rede atrás da linha
Eu, seguro e arrojado, subindo, gritando pro zagueiro:
Sai, deixa que esta é minha!

Toninho Vaz

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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