Do Claustro, peça de Ruy Jobim Neto e direção de Eduardo Sofiati, emociona pela nudez implícita do que não é dito, o grito que se esconde dentro de quatro paredes transformando as personagens em demência. Brilhantemente interpretada por Débora Aoni, a Irmã Mariana, odiada e desejada pelo pai, esse que tinha como meta destruir os homens que se aproximassem de sua filha, é enviada para o convento e para lá permanece até sua morte, para sempre naquele lugar infernal. Presa no Convento de Santa Clara do Desterro da Bahia, vivencia a angústia da falta de liberdade, de seus sonhos privados e amor interrompido, ao mesmo tempo que se martiriza em culpa pela prisão de Gonçalo que foi degredado para a África. Mariana precisa salvar Gonçalo, mas para isso conta com a Irmã Cecília que não possui o dom da caridade.
Carolina Mesquita, como Irmã Cecília, nutre por Mariana um desejo carnal em contradição com seus pensamentos morais e religiosos. Surge então, no momento da grande revelação, marcada por um beijo, um ódio mútuo: para uma, privação e para a outra, destino e punição.