Na semana passada, como mostrou o Bastidor, o colegiado definiu a prorrogação do mandato do executivo até dezembro, com o compromisso de se escolher uma empresa de headhunter, que formulará uma lista tríplice com candidatos ao cargo.
Na carta enviada a Daniel Stieler, presidente do conselho, Penido diz que “o processo sucessório vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”.
O ex-conselheiro segue: “no conselho, se formou uma maioria cimentada por interesses específicos de alguns acionistas lá representados, por alguns com agendas bastante pessoais e por outros com evidentes conflitos de interesse”. Penido, que era conselheiro independente, diz não acreditar na honestidade de propósitos de acionistas relevantes da mineradora.
A indefinição sobre o futuro de Bartolomeo na Vale dividiu o conselho. O grupo liderado pela Previ e pela Bradespar defendia a solução de contratar uma empresa de headhunter após o governo Lula não conseguir emplacar o ex-ministro Guido Mantega.
Houve quem defendesse, após a prorrogação do mandato, a escolha pelo conselheiro Luís Henrique Guimarães, ligado a Rubens Ometto, dono da Cosan, uma das acionistas. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) aliou-se ao empresário.
Em nota, a Vale afirmou que o conselho “seguirá o curso regular de seus trabalhos, em conformidade com o Estatuto Social e as políticas corporativas, em linha com as legislações aplicáveis”.