A lenda do Boto

Imperdível a escolinha de governo da próxima terça-feira. Impagável show de humor nunca visto em nossos palcos, o espetáculo também conhecido como “Terça Insana” vai abrir com o Senhor Governador narrando a lenda do Boto que seduziu uma importante figura do governo.

A lenda do mamífero cetáceo nativo da Amazônia encanta a todos: conta a história de um Boto que em noites de festas transforma-se num homem bonito e forte. Vestido de branco, bronzeado e perfumado, convida as moças para dançar e depois as seduz. Astuto, o Boto nunca tira o chapéu para esconder seu segredo, um buraco na cabeça por onde ele respira. Antes do amanhecer, o sedutor sai de fininho e vai embora. Por isso, todas as donzelas são alertadas por suas mães para tomarem cuidado com flertes que recebem de belos advogados em bailes ou festas. Por detrás deles poderia estar a figura do Boto, um conquistador de corações, que pode engravidá-las e abandoná-las. A lenda serve como pretexto para moças justificarem a gravidez sem casamento. “Foi o Boto!”, choram as donzelas queixosas.

(A platéia: KKKKKKKKKKKKK!)

Diz a lenda que o secretário Nizan Pereira estava entrando no Palácio Araucária, quando encontrou um companheiro de confiança do governador, todo triste, todo cabisbaixo.

— Que é isso doutor, que cara é essa?

Ah, Nizan, estou arrasado – diz o outro.

— Que foi que houve? Arrasado por quê?

— Imagina você que estou voltando de uma viagem de turismo pela Amazônia

— Amazônia? E alguém que pode conhecer as belezas naturais da Amazônia tem o direito de ficar triste, companheiro?

— Mas é que me aconteceu uma coisa chatíssima. Imagina você que eu estava passeando na beira do rio, numa noite enluarada, quando apareceu um Boto na minha frente, forte, bonitão, de braços enormes, me agarrou, me deu aquele abraço poderoso e… me seduziu!

— Te seduziu??? Puxa… Mas qual, companheiro, liga pra isso não! Ninguém vai saber. Você sabe, até dias atrás, Boto não falava.

E o outro, tristíssimo:

— Pois é… não fala, não telefona, não manda flores, não manda recados…

(A platéia: KKKKKKKKKKKKK!)

Em seguida, o Senhor Governador vai contar aquela do papagaio fanho, para depois apresentar o coral “Doidão”, formado pelos secretários de Estado, sob a batuta do maestro Rafael Iatauro. Destaques para as vozes maviosas de Pessutão Gogó de Ouro e Airton Pisseti, também conhecido como a
“Gralha da Comunicação”.

(A platéia: KKKKKKKKKKKK!)

Segundo o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, “este governo não é Cabo Canaveral que só faz lançamento”, mas será lançado nos próximos dias um DVD com a Lenda do Boto interpretada pelo coral que é uma

“uma coisa de louco!”.

(A platéia: KKKKKKKKKKKKK!)

Dentro do roteiro, o Senhor Governador chama ao palco o secretário

Luiz Fernando Delazari.

Baixinho, sabe por que a Gleisi Hoffmann é assim loira? É o peróxido de hidrogênio e o hidróxido de sódio, usados para turbinar o leite que ela toma no café da manhã.

(A platéia: KKKKKKKKKKKKK!)

Para encerrar a “Terça Insana”, o Senhor Governador vai contar que estava visitando um hospício e foi falar com um dos internos:

— Qual é o seu nome? perguntei.

O interno então me respondeu:

— Jesus!


— Jesus, que Jesus? interpelei. Quem te falou essa bobagem?


— Deus!

— Quem, Eu? Muito me espantei. Eu nunca falei nada!

(A platéia pede bis e cai o pano!)

Dante Mendonça [02/11/2007] O Estado do Paraná.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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