Rafaela Treistman escreveu que ele salvou a vida dela e agradeceu pelo cuidado e pelos momentos compartilhados. “Eu devo a você a minha vida, você salvou a minha. Se tem um herói nessa história toda, esse herói é você meu amor”. Ranani Glazer foi primeiro brasileiro a ter a morte confirmada na guerra entre Hamas e Israel.
A namorada publicou nas redes sociais um texto e uma montagem com várias fotos do casal. Ela estava com Ranani no festival que foi atacado pelo grupo terrorista Hamas e conseguiu escapar. Ao menos 260 pessoas foram encontradas mortas na região da festa.
Rafaela descreveu que a relação com o gaúcho “foi uma história de cinema”. “Não sei como começar a escrever esse texto, até porque nunca imaginei que eu não estaria agora com você. Nunca pensei que existiria um após você. Nosso amor foi uma história de cinema, você sempre me dizia que sentia que vivia em um filme realmente e pensando bem, esse seu sentimento até que faz sentido”, disse.
Ranani era um “ser cheio de luz” e que “nunca falhou”, lembra a namorada.
Ela também ressaltou os sonhos que o brasileiro tinha, como o de se tornar um DJ famoso. O casal, inclusive, chegou a compor uma música junto. “Sei que você ainda tinha muitos sonhos que queria realizar, e eu te juro que estaria com você em cada um deles. Você queria ser um DJ famoso no Brasil, queria que suas músicas fossem conhecidas, até escrevemos uma música nós dois”.
“Eu sinto que eu te conheço de outras vidas, não sei. Nossa conexão foi absurda desde o início e eu sou muito grata por ti meu amor. Meu anjo, eu te agradeço tanto pelo carinho, por me fazer sentir feliz, por cuidar de mim, por me proteger, até quando estávamos prestes a morrer você não falhou em me acolher, em me acalmar. Eu devo a você a minha vida, você salvou a minha. Se tem um herói nessa história toda, esse herói é você meu amor. Eu te amo amor, mais que tudo. Descansa em paz lindo”, disse ainda.
Ranani Glazer, 24, era de Porto Alegre e morava em Israel. Ele prestou serviço militar nas Forças de Defesa Israelenses, mas já deixou a corporação e trabalhava como entregador em Tel Aviv.
Ele conseguiu ir para um bunker e chegou a gravar um vídeo narrando que presenciou uma “cena de guerra”, mas desapareceu após o abrigo ser invadido.
A morte foi confirmada pelo Itamaraty na manhã desta terça-feira (10). Ainda não há detalhes sobre o sepultamento do brasileiro.
FolhaPress