Além de não ter construído legado algum de qualidade como parlamentar e administrador público, o ex-governador teve também um papel nefasto como dirigente partidário, sendo um dos coveiros do PSDB, partido destruído por ele como cacique autoritário, impedindo qualquer desenvolvimento e renovação que viesse a alterar seu poder sobre a máquina partidária. O resultado aí está, não só na falência do projeto tucano de um partido de centro-esquerda, como pela abertura para um candidato de direita, que cresceu em parte estimulado pelo vazio criado pela incompetência, a centralização de poder e a ambição pessoal pelo poder e pelo dinheiro, característico em políticos como o ex-governador do Paraná.
Pelo que disse logo que saiu o resultado da eleição no Paraná, Richa continua encenando para o público. Ao que parece, nem a acachapante derrota serviu para ativar a consciência de que palavras vazias soltas no ar não têm o dom de alterar a realidade difícil que terá de enfrentar, nessa irremediável queda no abismo. O político tucano falou até do “benefício” de ficar fora da vida pública, que vai permitir, conforme suas palavras, para “poder cuidar da minha vida”. O pretensioso afirmou que até agora só cuidou “da dos paranaenses”. Bem, isso faz parte dos absurdos que temos que escutar de políticos, depois deles terem destruído até aquilo que há de mais básico na sustentação do que a população precisa para viver. Mas pelo menos no caso de Richa é provável que tenhamos o prejuízo e também os insultos vingados mais adiante, porque para cuidar de sua vida ele terá a contribuição de promotores, policiais federais e juízes da Lava Jato e de outras operações contra a corrupção que investigam o que ele fez de fato na vida dos paranaenses.