Aborto da ditadura

JAIR BOLSONARO compara-se a Johnny Bravo, o machão troglodita, desajeitado e azarão do desenho infantil. Como JB – que serve para os dois, até para Jair Boboca, Jair Boçal e variadas versões possíveis – bate no peito e repele as críticas que recebe na imprensa: “Eu ganhei, porra!”. A única palavra coerente e com sentido é o ‘porra’, muito frequente na boca de JB.

BRIZOLA CHAMOU Fernando Collor de “filhote da ditadura”. JB é pouco menos, um “aborto da ditadura”. Collor sabia que ser eleito não fazia dele autocrata, senhor absoluto do Brasil. Collor tinha noção, aguentou o impeachment com humildade democrática. JB não sabe nada, considera que a eleição deu-lhe um cheque em branco, que preenche como quiser.

SABE NADA, o apedeuta, não se enxerga. A eleição leva ao mandato, a ser exercido na conformidade da lei e exposto às contingências da democracia, entre elas a crítica, seja da imprensa, seja da oposição, ao impeachment e à camisa de força. Nosso aprendiz de ditador tem a visão turva e a mente entorpecida. Acha que foi eleito monarca absolutista da Idade Média.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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