A arte do golpe

ESSA história dos generais cagões que arrepiaram no golpe de Bolsonaro tem justificativas e antecedentes. A justificativa é a prudência do cabo de guerra, que sabe dos riscos e poupa vidas diante de guerras antecipadamente perdidas. Entre os antecedentes, há bons e maus generais que fogem da guerra. Os bons são aqueles da Arte da Guerra, de Sun Tzu, que só combatiam em último caso, quando certos da vitória – e no geral nem combatiam, pois o mestre Sun dizia que sempre se deve conhecer o inimigo antes de iniciar a guerra; assim, se os dois generais se conheciam, cada uma ficava no bivaque tomando chá e furunfando as gueixas.

Não podemos esquecer os destemidos generais gregos, comandados por Leônidas e acompanhados de seus 300 soldados, que diante da ameaça de Ciro (ou Xerxes, não sei), rei da Pérsia que com milhares de combatentes ameaçava escurecer o céu das Termópilas com a sombra de suas flechas, morreram gloriosos, não sem antes responder com desdém: “tanto melhor, combateremos à sombra”. Tinha os generais da Guerra da Secessão a quem Abraham Lincoln pedia por favor para entrarem em combate. Uma vez, irritado, o presidente dos EUA mandou telegrama pedindo que um general lhe emprestasse seu exército, que ele próprio comandaria.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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