Prezadíssimos Solda e Célio, extremamente feliz em ser aceito na Academia e ler o texto do Célio e ver a arte do Solda. Estou muito orgulhoso mesmo e com o coração alentado.
Não sei como escrever mais do que “muito obrigado”, pois nessas horas faltam palavras.
Somente uma correção, que o Célio não tem culpa, eis que nas milhares de conversas que tivemos nestes quase 30 anos de amizade, jamais contei o que narro agora. Não sou Paulo Roberto por causa do Falcão. Ele surgiu no profissional do Inter em 1972 e eu sou de 1959.
Na verdade, minha mãe e meu pai engravidaram em 1958 e dois meses antes do bebê nascer, minha mãe teve uma queda na escada do prédio (morávamos no 2o andar) e, infelizmente, abortou.
Quando engravidou depois, a vizinha do 3o andar, chamada Yolanda Vecchio, passou a cuidar diariamente da minha mãe, ficava mais na casa dos meus pais do que na dela. Um mês antes do parto se mudou para a casa dos meus pais, expulsou o meu pai do quarto, e dormia ao lado da cama da minha mãe numa cadeira. Não deixava ela levantar para nada. Fez tudo isso por amor e amizade.
Minha mãe e meu pai então resolveram que eu teria o nome do filho da dona Yolanda, que se chamava Paulo Roberto Vecchio, que era dos juniores do Internacional e depois nos profissionais jogou no Inter, Londrina, Ferroviário e Coritiba, sendo campeão e artilheiro pelo Ferroviário e pelo Coritiba
Quando vim morar em Curitiba, meu pai descobriu o Paulo Vecchio, e eu o conheci pessoalmente. Ele trabalhava meio expediente na Rede (herança dos tempos do Ferroviário) e meio expediente no Bamerindus.
Descobri que era um grande sujeito e conservei a amizade com ele. Hoje deve ter uns 80 anos e volta e meia alguém escreve sobre o gol que marcou no último minuto no Atlético na conquista do paranaense de 1968. Forte e fraterno abraço a ambos. Contem comigo, amizade eterna.
*Nota: recebi este e-mail no dia 11 de maio. E estava na pasta “Recebidos”. Perdão, Paulo Motta. Isso nunca mais se repetirá. Grande abraço do cartunista que vos digita (Solda)