O governo Lula acionou parlamentares do Centrão para impedir que a CPI do MST votasse um requerimento de convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
O comando da comissão foi procurado por deputados da base aliada e ou de partidos que se aproximam da gestão petista, para ao menos adiar para agosto a análise sobre a presença de Costa. Não foi a primeira vez que a CPI cogitou convocar o ministro.
A movimentação do Palácio do Planalto ocorre simultaneamente à iminente reforma ministerial que o presidente Lula vai promover para atender demandas do União Brasil, do PP e de parte do Republicanos. Nas negociações, também está na mesa a preocupação do PT com a CPI do MST chegar ao governo.
O Bastidor já havia noticiado que havia uma articulação para reduzir danos na comissão. A informação foi dada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, em reunião com a bancada do PT.
Na terça-feira (12), a maioria da CPI aprovou a convocação do ex-chefe do GSI de Lula, general Gonçalves Dias. A partir de agosto, a comissão vai ouvir ainda lideranças do Movimento do Sem-Terra, como José Rainha e João Pedro Stedile.
Entre petistas na Câmara há dois consensos sobre a CPI: 1) tem potencial grande de atingir o governo; 2) a articulação política demorou a entrar em campo para evitar que a oposição fosse maioria.
Além da possível convocação de Costa e de outros ministros, a direção da CPI recebeu um vídeo em que um suposto assentando acusa um deputado do PT de extorqui-lo. A comissão avalia se usará ou não a gravação, segundo disse o relator, Ricardo Salles (PL-SP), ao Bastidor.