Durante a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo à capital federal, então o Rio de Janeiro, propagou-se pela imprensa que haveria uma batalha sangrenta em Itararé. Isto foi vastamente divulgado na imprensa. Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a Washington Luís e as da Aliança Liberal que, sob o comando de Getúlio Vargas, vinham do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de São Paulo com o Paraná, mas antes que houvesse a batalha “mais sangrenta da América do Sul”, fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este fato mais tarde da seguinte maneira:
“ Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve. ”
Na verdade, em outubro de 1930, Apparício se autodeclarara Duque nas páginas de A Manha:
“ O Brasil é muito grande para tão poucos duques. Nós temos o quê por aqui? O Duque Amorim, que é o duque dançarino, que dança muito bem mas não briga e o Duque de Caxias que briga muito bem, mas não dança. E agora eu, que brigo e danço conforme a música. ”
Mas como ele próprio anunciara semanas depois, “como prova de modéstia, passei a Barão.”
Em 1934, fundou o Jornal do Povo. Nos dez dias em que durou, o jornal publicou em fascículos a história de João Cândido, um dos marinheiros da Revolta da Chibata, de 1910. Em represália, o barão foi sequestrado e espancado por oficiais da Marinha, até hoje, nunca identificados. Depois desse episódio, voltou à redação do jornal e colocou uma placa na porta onde se lia: “Entre sem bater”, mantendo o seu espírito humorístico.
O jornal A Manha circulou até fins de 1935, quando o Barão foi preso por ligações com o Partido Comunista Brasileiro, então clandestino. Foi libertado em dezembro de 1936, já ostentando a volumosa barba que cultivaria por boa parte de sua vida. Retomou o jornal por um curto período, até que viesse nova interrupção, ao longo de todo o Estado Novo e voltando em edições espasmódicas até 1959.
Unido a Bastos Tigre e Juó Bananére, conseguiu exprimir o hibridismo linguístico com a utilização do soneto-piada, que consistia na contraposição rápida de dois contextos associativos.