Uma nova resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) libera os médicos a usarem mais recursos das redes sociais para divulgar seus trabalhos. A medida autoriza mostrar ambiente de trabalho, equipamentos, antes e depois, fazer promoções, postar selfies e fotos de procedimentos.
Se antes os médicos já se promoviam nas redes sociais como influencers posta-foto fazendo namastê no pôr do sol, agora liberou geral.
A expectativa é ver médicos fazendo post de campanhas com o mesmo critério que a advogada Gabriela Prioli tem ao fazer “publi” contra a reforma tributária.
O famoso “antes e depois”, tão usado por cabeleireiros e decoradores, será adotado também pelos profissionais de saúde. O público poderá ter o prazer de ver o resultado de procedimentos como operação para retirada de vesícula e cirurgia de ponte de safena.
As consultas poderão ser feitas por caixinhas de perguntas. O paciente poderá mandar ao seu médico, pelo stories, perguntas como: “Estou com dor na virilha. É apendicite ou ovulação?”. “Doutor, é alergia ou câncer?”
Os diagnósticos serão dados com dancinhas do TikTok, como a “Dança da Amoxicilina”, a “Dança da Curetagem” e a dança do “Saiu o Resultado da Biópsia: é maligno”. A nova trend dos médicos do TikTok será a dança da hemorroidectomia ao som do hit “Sentadona”.
Se os blogueiros tradicionais fazem tutoriais de receitas e artesanato, os médicos poderão mostrar o passo a passo de uma traqueostomia e da melhor forma de espremer um furúnculo.
Assim como salões de beleza, clínicas deixarão fotógrafos a postos para registrar resultados de procedimentos. O paciente poderá publicar seu ensaio após operar uma hérnia ou queimar uma pinta.
Seguindo o caminho dos cabeleireiros e decoradores, médicos publicarão seus desafios do dia a dia. “Hoje eu receitei omeprazol. Gostaram?”
“Ela correu bêbada de salto alto e rompeu o ligamento. Mas meu bisturi mágico vai salvar esse tornozelo estropiado. Vem comigo para conferir!”
Os especialistas também poderão fazer promoções, como sorteios de próteses de silicone, e convidar o público para taguear aquele amigo narigudo em troca de uma rinoplastia.
Por fim, os pacientes escolherão seus médicos não mais pela quantidade de especializações, mas pelos consultórios mais “instagramáveis” e pela melhor capacidade de “biscoitar” na internet.