Raio privatizador vai muito além das grandes estatais.
São Paulo está oficialmente à venda. Desde que foi eleito governador do estado, Tarcísio de Freitas caminha a passos largos para privatizar as estatais paulistas. Nesta semana, sua gestão fechou, sem licitação, dois contratos milionários com a agência IFC para consultoria sobre a privatização da Sabesp e da CPTM.
O governador já havia dado sinais de empolgação com a privatização ao martelar um púlpito, com uma euforia desproporcional, no leilão do trecho Norte do Rodoanel.
A necessidade de privatizar absolutamente tudo se tornou uma espécie de tara entre os “liberais”. Alguns podem atingir o orgasmo em poucos segundos só de ouvir a expressão “iniciativa privada” e sentir um cafuné da mão invisível do mercado. Tarcísio quer ter muitos orgasmos, todos múltiplos.
A coluna apurou que o “raio privatizador” vai muito além das grandes estatais. Fontes do Palácio dos Bandeirantes revelaram que, além da Sabesp, outros bens públicos estão na mira do governador.
O elevado Costa e Silva, conhecido Minhocão, será vendido ao setor privado e se chamará Big Worm Park. O governo também pretende privatizar todas as piadas relacionadas ao viaduto, como “o motorista pegou o Minhocão” e “vai dar ré no Minhocão”.
Grande patrimônio do estado, a interjeição “meo” será entregue à iniciativa privada, que pretende cobrar R$ 30 de todo paulista que disser a expressão. Economistas preveem lucros recordes com a cobrança de paulistas como Fausto Silva e Marcos Mion.
O governo pretende privatizar um grande programa turístico paulistano, o “Golpe do Mercadão”. A vítima terá que pagar ingresso para sofrer o golpe, além dos R$ 78 por uma pitaya, o que seria um golpe em cima do golpe.
Cartão-postal da cidade, a “fila em gelateria” está na fila para ser privatizada pelo governo. O cidadão que escolher o sabor do sorvete só quando chega na boca do caixa também será vendido, por atrasar a economia. O governador vai aproveitar e vender o sufixo “ria”, de “pãodequeijaria”, “buracoquenteria” e “roteiraria”.
Por último, Tarcísio vai entregar o verbete “bolacha” à iniciativa privada. Já a palavra “biscoito” continua como patrimônio público, para ser usada livremente em território nacional, porque, para o governador, é a forma correta.