As contradições da elite brasileira

Seria bom que os brasileiros de hoje, que integram as camadas sociais mais elevadas da sociedade tivessem em mente que os brasileiros de ontem, ou seja: os seus avós e bisavós, que emigraram para o Brasil nos séculos 19 e 20 eram, na sua grande maioria, famílias muito pobres, sem acesso à educação formal, muitos eram analfabetos, portanto, eram excluídos sociais em seus países de origem.

Chegando aqui eles receberam as atenções e benefícios do governo brasileiro e, por isso e, claro, por sua dedicação ao seu trabalho puderam prosperar socialmente, ou seja: eles melhoraram de vida, enriqueceram em função da existência e da aplicação de algo que hoje grande parte dos seus descendentes, prósperos, bem-educados, com acesso a bens sociais, não suportam e não querem que sejam aplicadas aos brasileiros pobres de hoje.

Ou seja, contraditoriamente, grande parte das elites brasileiras de hoje (e de desde há muito tempo) odeiam que sejam criadas e mais ainda, que sejam implementadas pelo Governo Brasileiro quaisquer Políticas Públicas que visem o Desenvolvimento Social do povo brasileiro das camadas sociais menos favorecidas, sendo que, justamente de Políticas Públicas para Desenvolvimento Social os seus antepassados foram beneficiados para poderem progredir e prosperar socialmente.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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