Nos últimos anos surgiram notícias de abusos sexuais cometidos por religiosos no exercício das suas funções.
A violência sexual contra crianças e adolescentes deixa traumas por toda a vida. Apatia, intensa erotização das relações afetivas, vergonha e reclusão social são algumas das consequências.
O abuso é praticado por padres, bispos, pastores, pais de santos, médiuns, sacerdotes, gurus e quaisquer outros líderes religiosos que prometem ser os guardiões da moralidade, exemplos de virtude, mas que cometem atos violência contra crianças, adolescentes e adultos.
De forma alguma estamos afirmando que a maioria ou que todos eles se comportam desta forma, ou que isto sempre acontece. É uma minoria perversa que comete esses terríveis crimes e que está escondida dentro de organizações religiosas.
O fato é que diversas notícias e até filmes foram produzidos (Spotlight: segredos revelados) dando conta de centenas de vítimas que estavam em silêncio e que a partir de uma primeira denúncia resolveram expor seus sofrimentos dos abusos em instituições religiosas, na infância e na adolescência.
As vítimas devem, necessariamente, passar por tratamento psicológico e terapêutico, e as medidas judiciais contra os abusadores devem ser consideradas, como a punição criminal dos (as) envolvidos (as) e a necessária indenização que deve ser paga também pela instituição religiosa.
As vítimas tentam apagar de toda forma a ocorrência do trauma e por isto evitam falar a respeito e até denunciar o abuso.
O crime também pode ocorrer dentro ou fora da família, cometido por padrasto, tio, vizinho de confiança, no ambiente escolar ou cuidadores dependendo do isolamento, além do ambiente religioso, e passar décadas no esquecimento das vítimas, sem ser revelado.
Também não é incomum denúncias falsas, como o que ocorreu em São Paulo com o famoso caso da Escola da Base em 1994, onde não nada foi provado, mas tudo amplamente divulgadas pela imprensa. Os donos da escola e funcionários tiveram suas vidas arrasadas, e o caso foi arquivado pela absoluta falta de provas.
O fato é que a vítima tem que tomar uma atitude e ultrapassar a barreira do silêncio.
A forma pela qual os pais podem identificar a ocorrência de possíveis abusos é amplamente divulgada na internet (https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-39696399), e o ideal é consultar um profissional habilitado para investigar o caso..
As autoridades policiais, as procuradorias da infância e juventude, os conselhos tutelares e até um posto de saúde podem ser acionados e, principalmente, o contato com um (a) advogado (a) da confiança da família ou da vítima para as providências criminais e cíveis pertinentes.