Beto Bruel vence o Shell de iluminação

betãoFoto de Marcelo Elias

O curitibano Beto Bruel, um dos iluminadores de palco mais reconhecidos do país, levou na noite desta terça-feira (10) seu quinto prêmio Shell, pelo espetáculo “Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto”, de São Paulo.

A revelação aconteceu em São Paulo e premia peças estreadas na cena paulista. De acordo com Bruel, que trabalha com nomes de ponta como Felipe Hirsch, a produção do espetáculo era bastante simples e ele entrou quase na “camaradagem”, mas o trabalho evoluiu para algo grande que agora recebe holofotes. Na próxima terça, dia 17, acontece a revelação da etapa carioca do prêmio.

O prêmio também reconheceu o trabalho do paranaense Ivam Cabral em “Pessoas Perfeitas”. Ao lado do parceiro Rodrigo García Vázquez na companhia Os Satyros, original de Curitiba mas radicada em São Paulo, ele venceu na categoria melhor autor por um trabalho que entrevistou habitantes do centro paulistano para colocar no palco um desfile de seres problemáticos e bizarros. O espetáculo será apresentado no fim do mês durante o Festival de Teatro de Curitiba.

Apresentada pela atriz Mariana Lima, a 27ª edição do prêmio Shell de Teatro de São Paulo foi realizada nesta terça (10), em uma casa de eventos na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. O anúncio dos vencedores em cada uma das nove categorias (autor, diretor, ator, atriz, cenário, iluminação, música, figurino e inovação), começou pelas indicações mais “técnicas”, como os desenhos de som e luz das peças.

O prêmio de música foi para Ricardo Severo, de “Caros Ouvintes”. A peça levou também o prêmio de melhor cenário, de Marco Lima. “Trágica.3”, que concorreu em cinco indicações (direção, atriz, música, iluminação, figurino, ), levou os prêmios de melhor atriz (Denise Del Vechio) e de figurino, criação da estilista Gloria Coelho. Denise, que tem mais de 40 anos de carreira, disse ser a primeira vez que foi indicada nos 27 anos de existência do prêmio, quando subiu ao palco para recebê-lo.

“Não Vejo Moscou do meu Quarto” foi outra montagem que levou dois prêmios nesta edição: além de iluminação (de Beto Bruel), também direção (Silvana Garcia). Na categoria melhor ator, venceu Rubens Caribé, por “Assim é (se lhe parece)”. E o prêmio inovação ficou para a Cia. Pessoal do Faroeste, por seu trabalho de ocupação e intervenção artística na região da Luz, centro de São Paulo. Os premiados receberam uma escultura em metal do artista plástico Domenico Calabroni e R$ 8.000. A escolha dos vencedores foi decidida por um júri formado por Carlos Colabone, Evaristo Martins de Azevedo. Lucia Camargo, Mario Bolognesi e Renata Melo.

O prêmio Shell também homenageou, nesta edição, César Vieira, por sua trajetória artística com o Teatro União e Olho Vivo e sua atuação política em defesa da classe teatral. Vieira dedicou o prêmio aos seus companheiros, aos moradores do Bom Retiro, onde fica a sede do grupo, à Gaviões da Fiel (torcida organizada do Corinthians) e ao dramaturgo e diretor Augusto Boal (1931-2009). Gazeta do Povo

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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