Bicho, Coroa, Prafrentex. Tenho amigo que não renovou a linguagem da gíria. Parou por volta dos anos setenta do século passado. Me chama de bicho quando está de bom humor ou de coroa, quando estamos em controvérsias. E qualifica os demais como reaças ou companheiros e as mulheres mais avançadas nos costumes de prafrentex.
Ele também não mudou as ideias. Continua a consultar um velho Manual de Filosofia da Academia de Ciências da União Soviética ou um ensebado volume dos Princípios elementares de filosofia do Georges Politzer. E não tem dúvidas sobre o futuro. A crise geral do capitalismo virá e com ela a revolução socialista. Tem saudades do Stálin. Abomina os revisionistas. Insulta os neoliberais. Pois, pois, creio que não é único. Assim caminha a humanidade.