Cresce onde? E assusta quem, caras-pálidas? Ah, sim, “cresce nas pesquisas”… Mas pesquisa não ganha eleição. Ao contrário, têm-nas perdido sistematicamente, a cada eleição. Assustar? Só se for o Brasil.
Segundo a revista dos Civitas mal das pernas, “sem vice, sem coligações e sem dinheiro”, Bolsonaro, “contrariando desejos, vaticínios e esconjuros, continua de pé, e crescendo”. Cravou, na pesquisa da casa, 17% das intenções de voto. Para Veja, um assombro. O único capaz de batê-lo seria Lula, o candidato petista condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva e preso nas dependências da Polícia Federal de Curitiba.
Mas não é. Por mais pecados e condescendência que tenha, o Brasil não merece o capitão Bolsonaro. Depois de Sarney, de Collor, de Dilma Rousseff e de Michel Temer, era só o que faltava! Melhor fechar o país. Devolvê-lo para os tupis, pataxós, caiapós, guaranis, tamoios, marajoaras, tupinambás, botocudos, xavantes, caingangues, ianomâmis e todos aqueles bravos que foram “pacificados” e “catequisados” pelo pessoal de Cabral (o Pedro Álvares), pagar o prejuízo dos últimos 520 anos e sair de fininho rumo ao oceano.
O cap. Jair Messias Bolsonaro é vazio, oco, não tem programa de governo, não sabe administrar, não é capaz de juntar as ideias. O que fará na presidência da República? Esteve durante sete legislaturas na Câmara de Deputados e o que fez pelo Brasil? Rigorosamente, nada. Apenas meteu-se em confusão, agrediu as mulheres e os homossexuais, defendeu a tortura, pregou o armamento da população, o fuzilamento de pessoas, o fechamento do Congresso e outras asneiras de igual quilate, como fazer a apologia da ditadura militar de 1964.
Se o eleitor está pretendendo votar no capitão como forma de protesto, não direi que é um idiota porque tenho amigos queridos que pretendem e não são idiotas, mas digo que é mal informado, irresponsável, inconsequente e odeia o Brasil. Talvez seja um daqueles tantos que desejam sair correndo do país e são capazes de deixar aqui, de raiva, uma bomba prestes a explodir na cara dos brasileiros que ficaram. Patriotas não serão. Tampouco democratas.
Jair Bolsonaro se diz democrata, mas abomina a democracia. Sequer honra a farda que já usou. Não por acaso, a expressiva maioria do Exército, da Marinha e da Aeronáutica não quer saber dele. Ao contrário. Se não o considera um “bunda suja”, por não haver galgado degraus na escala hierárquica, acha-o um estorvo, uma desmoralização para a classe.
Diz o capitão que quer reativar os tempos da ditadura, onde não havia corrupção. Mentira. No tempo do governo dos generais, havia corrupção sim, e muita. Velada, enrustida, sem o conhecimento da opinião pública, posto que a imprensa era proibida de investigar e divulgar, o Ministério Público de acusar e o Judiciário de julgar. Os homens da farda não precisavam de tais esquemas para manter-se no poder. Julgavam-se perpétuos e intangíveis. Então, preferiam abarrotar as estatais com militares da reserva e proteger o Brasil e os brasileiros dos perigos da liberdade e da democracia.
Por isso, não venha o grande líder do PSL falar em moralidade, decência, combate aos privilégios, aos desmandos e quejandos. Há ainda muita gente viva dos tempos da quartelada de 64 para testemunhar.
Se o eleitor não vê ninguém merecedor do seu voto entre os candidatos colocados à sua disposição, não vote em ninguém. Mas, pelo amor de Deus, não cometa a insanidade de optar por Jair Bolsonaro.
Aliás, se Lula é o único capaz de derrota-lo, por favor, dr. Sérgio Moro, solte Luiz Inácio.
P.S. I – E o vice de Bolsonaro, o general Antônio Mourão?! Com patente de general, vai subordinar-se a um capitão?! E a hierarquia militar, tão resguardada ?! Mas o gen. Mourão tem história: já advogou a intervenção militar no país e chamou de “herói” o torturador-mor cel. Brilhante Ustra…
P.S. II – O incidente da última sexta-feira na “Central das Eleições”, da Globo News, foi outra idiotice. Quem mandou recolherem o capitão no estúdio do Jardim Botânico carioca? Roberto Marinho apoiou sim o golpe de 64, torceu por ele, valeu-se dele. São fatos históricos, indesmentíveis. Se depois arrependeu-se disso e pediu (ou seus filhos o fizeram) desculpas, é outra história. A emenda desnecessária, ditada pelo ponto eletrônico e lida aos soquinhos pela jornalista Miriam Leitão, ficou pior do que o soneto. Pobre Miriam, não merecia isso.