Jair Bolsonaro faltou a mais uma votação importante, a da Lei de Diretrizes. É ótima a explicação dele para faltar ao trabalho de deputado. O pré-candidato a presidente da República disse o seguinte: “Meu voto não ia fazer nenhuma diferença lá. Nenhum deputado ia se indispor com milhões de servidores”. O deputado deu também outra justificativa para não ter que aparecer se posicionando em relação à proibição de reajustes para o funcionalismo em 2019, medida que foi derrubada. Ele disse que não quis ficar com a “marca na testa”.
Político esperto ele, não é mesmo? Mas de fato, o voto de Bolsonaro não ia fazer nenhuma falta, da mesma forma que outros votos seus como deputado também não fizeram diferença, diga-se que felizmente, porque como deputado ele é danado para votar errado. Um voto importante de Bolsonaro, por exemplo, foi na apresentação do Plano Real ao Congresso Nacional, em 1994. Para ficar apenas num exemplo da qualidade do plano comandado por Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, basta lembrar a hiperinflação que acabava com o país.
Com o Plano Real houve de imediato uma fantástica redução da inflação, que chegou a 2.477% em 1993. Como todos sabem, a expectativa inflacionária atual é de 6%. Bolsonaro não fugiu à votação do Plano Real. Estava lá, cumprindo sua obrigação. Mas votou contra. Ainda bem que também dessa vez seu voto não fez falta. Ele votou contra o Brasil.