O ex-presidente Jair Bolsonaro já discutiu com aliados políticos as consequências de uma possível prisão a partir de investigações que correm no Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro avaliou em mais de uma reunião que o ministro Alexandre de Moraes busca criar um clima para sua detenção e que agora só avalia o “momento certo”, segundo um membro do PL que esteve em um dos encontros.
O ex-presidente e aliados buscaram, nos últimos dois meses, governadores e parlamentares com interlocução com ministros do STF para “sentir o clima”. Seus advogados também entraram em ação.
A ordem é, após Moraes derrubar o sigilo de depoimentos prestados à Polícia Federal de investigados e testemunhas envolvidos em um suposto plano de golpe nesta sexta-feira (15), insistir no discurso de que as medidas discutidas após a derrota na eleição de 2022 não foram adiante e estavam de acordo com o que prevê a Constituição, já que precisariam do aval do Congresso.
Discussões sobre a postura do ex-presidente diante dos avanços das investigações também voltaram à tona com força nos primeiros meses do ano em reuniões internas. Houve, por um tempo, a dúvida entre integrantes do PL se Bolsonaro deveria convocar manifestações ou se a atitude potencializaria o seu desgaste com a Justiça.
Ficou acordo que o ex-presidente, que está encarregado de ser o principal fiador do partido nas alianças para as eleições municipais deste ano, aproveitaria os encontros para demonstrar a sua força popular como cabo eleitoral.
Nesta sexta, Bolsonaro publicou nas suas redes sociais vídeos de visitas a cidades do Rio de Janeiro, entre elas Maricá, Araruama, Saquarema e Iguaba Grande. Todos com multidões ao seu redor. A ideia é rodar o país.