“Ele não me entende”, diz Bolsonaro, sobre Alexandre de Moraes

Presidente também declarou, em entrevista concedida na noite do domingo, que “diálogo, respeito à Constituição, liberdade e normalidade no Brasil” podem não ser “possíveis” por culpa do ministro

Em entrevista a programa bolsonarista no Youtube na noite de domingo (26), Jair Bolsonaro comentou sobre conversa que teve com o ministro do STF Alexandre de Moraes durante jantar na casa do presidente da Câmara Arthur Lira na quarta-feira (22).

“Ele falou 90% do tempo, e eu falei 10%. Mais ou menos uns cinco minutos de conversa. E eu falei para ele para conversarmos na semana com mais tempo e pode ser em qualquer lugar”, disse Bolsonaro, que não revelou detalhes sobre a conversa.

“Vê se a gente chega em um entendimento. Vê se eu consigo entendê-lo e ele me entender também, porque, [pelo] que ele falou ali, ele não me entende”, criticou.

Bolsonaro afirmou que “diálogo, respeito à Constituição, liberdade e normalidade no Brasil” podem não ser “possíveis” por culpa do ministro.

“Eu quero é o diálogo, o respeito à Constituição, a liberdade, é partirmos para uma normalidade no Brasil. Se é possível, eu não sei. Eu tenho tentado fazer tudo o que é possível para que haja conciliação”, disse.

O presidente criticou a decisão do ministro e do STF no caso da condenação do deputado federal Daniel Silveira por coação e tentativa de impedir o livre exercício dos poderes da União.

Bolsonaro argumentou, citando a Emenda Constitucional nº35, de 2001, que deputados podem afirmar “quaisquer” opiniões.

Durante o julgamento que condenou Silveira, em abril, os ministros ressaltaram que o deputado extrapolou a atividade parlamentar ao ameaçar ministros do Supremo e sugerir o uso das Forças Armadas contra o Poder Judiciário.

Os magistrados afirmaram que a Constituição garante liberdade de expressão, mas que ela não é irrestrita.

“O que o Direito garante é a liberdade, que significa a responsabilidade com cada um e com o outro. A expressão, quando for utilizada como instrumento de crime, claro que não é acobertada”, disse na época a ministra Cármen Lúcia.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.