Lideranças indígenas do Brasil vão incrementar a pressão contra o governo de Jair Bolsonaro, levando para a ONU (Organização das Nações Unidas) uma intensa agenda de cobranças e denúncias contra as autoridades nacionais. No Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, grupos atacarão a escalada de violência enfrentada pelos povos originários em seus territórios e o aumento das invasões e das ameaças contra defensores de direitos humanos no Brasil.
A ofensiva dos grupos indígenas ocorre dias depois da confirmação das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Além das invasões, as lideranças vão acusar o estado brasileiro de negligência.
A esperança dos grupos indígenas é que, ao tornar praticamente permanente o debate na ONU, o tema se transforme em um foco de pressão sobre o governo brasileiro.
Para o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que organiza parte da ofensiva na ONU, “o que ocorre no Vale do Javari está intrinsecamente relacionado ao desmonte das políticas e órgãos públicos de proteção aos povos originários e aos seus territórios”.