Acorda, Brasil!!!

Quero fazer eco (e reafirmar) à sugestão do jornalista Mário Sérgio Conti, na Folha de S. Paulo, reproduzida aqui por mestre Zé Beto, no sábado: está na hora dos brasileiros conscientes unirem-se em um movimento nacional pela democracia contra a “Besta” (como ele denomina aquele cujo nome não deve ser citado).

Urge, afirma Mário Sérgio, que se desmascare o golpe que está sendo maquinado no Palácio do Planalto. Para tanto, sugere que Ciro Gomes, Lula, João Dória, Simone Tebet e demais candidatos sentem-se à mesa e conversem com seriedade em favor do Brasil. Segundo ele “essa ação singela desanuviaria o ambiente”, “evidenciaria que os democratas são maioria”, “instaria os brasileiros a tomar nas mãos o seu destino”. E “acuaria a Besta”.

Aconselha, por outro lado, que “os líderes das centrais sindicais proclamem que cada qual vota em quem achar melhor” e, se necessário, ameacem greve geral, de norte a sul do país; que “os ministros do Supremo fechem a matraca” e “concluam os inquéritos sobre a Besta e suas crias”, mantendo, no mais, o silêncio; que os professores e alunos sejam alertados pelos reitores “para o perigo premente de abusos” e “promovam marchas contra as badernas da Besta”; que “as comunidades virtuais organizem um Dia de Pane e Pânico no Planalto” e gritem alto: “Tirem as patas das urnas eletrônicas!”; que os internautas lembrem que a eleição terá um fim real, e não virtual” e que “a Besta refocile com sua laia na impostura do gabinete do ódio”; que padres leiam nas missas o trecho da mensagem da Conferência Nacional do Bispos, que revela que “tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje programadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura de processo eleitoral”; que a Academia Brasileira de Letras difunda um libelo por eleições iguais às de sempre, sem ingerências fardadas”, assim como “artistas e intelectuais zelem em alto estilo pela soberania da nação votante”; que ninguém caia em provocações e as ações mirem a persuasão de hesitantes e o engajamento no repúdio à quartelada milico-miliciana em gestação”; que “os governantes democratas articulem um movimento nacional e se façam acompanhar pelos comandantes das PMs”; que os colunistas da imprensa se unam com outras ideias para impedir o golpe e que “os leitores enviem sugestões à Redação para que as eleições sejam realizadas limpa e lisamente, e o candidato vencedor empalme o poder num 1º de janeiro de justiça e júbilo”.

São sugestões de bom senso e que, uma vez posta em execução, impedirão o sórdido e torpe golpe contra a democracia, arquitetado nos subterrâneos palacianos em Brasília e difundido através de mentiras e outras canalhices explícitas pelo coisa ruim que ora nos desgoverna e asfixia.

O Brasil é grande demais para se tornar refém de um bando de velhacos abjetos, sem passado nem futuro, cujo único objetivo é perpetuar no poder a sua indecência e criminalidade, expandindo a miséria, o desemprego, o custo de vida, a inflação, a falta de segurança, e o desprezo pela saúde, pela educação, pela cultura, pela natureza, pelos povos indígenas, pelas minorias e pela vida, enfim.

É imprescindível que os milicos voltem para a caserna, os evangélicos acomodem-se em seus templos e os canalhas, os espertalhões, os charlatões e os aproveitadores da fé popular sejam recolhidos ao xadrez, sem direito a sursis ou perdão da pena. Só assim o ar voltará a ser respirável neste país.

P.S. – As medidas sugeridas por Mário Sérgio Conti evitariam, por exemplo, estultice como essa ação proposta pela “Besta” contra o ministro Alexandre de Moraes, no STF.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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