Cacos do Castelo

Com uma escrita afiada na ironia, Castelo compõe um mosaico com os “cacos” de diversas histórias

Não seria possível descrever de melhor maneira o estilo de Carlos Castelo do que com o título de sua nova obra. Cacos é um livro que reúne uma grande variedade de personagens, enredos, contextos e situações. Mas uma variedade a conta-gotas: as histórias são sempre muito curtas, algumas delas se condensando em apenas duas ou três linhas.

Caco significa fragmentação. “Tornar algo maior em pequenos pedaços”, define o próprio autor. “É uma analogia ao que são os microcontos presentes na obra: pequenos pedaços irônicos e absurdos da realidade”, completa.

Carlos Castelo busca aprisionar em seu mais recente livro instantes extremos, sem abrir mão da verve humorística.

E, de fato, humor é o que não falta às páginas desse novo projeto do escritor, que também é jornalista, publicitário e compositor. Aliás, Castelo é um dos criadores do Língua de Trapo, grupo musical marcado pela criatividade e, sobretudo, pela irreverência.

“Já tentei ser um autor de narrativas longas”, relatou recentemente o autor em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo. “Em 2013, publiquei uma novela policial. Dali para frente fui percebendo que o meu fôlego se adequava melhor a investidas mais curtas”.

A partir daí, Castelo passou a direcionar sua produção literária para outros formatos, como a crônica, o aforismo, a poesia e as micronarrativas.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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