Silenciosamente, o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT) percorre a região metropolitana, vilas e bairros de Curitiba numa prévia consulta se deve ou não sair candidato ao Senado em outubro. É decisão que muda o quadro pela segunda vez nos últimos dois meses: a entrada no cenário do professor Oriovisto Guimarães (Podemos), ex-Positivo, provocou o primeiro solavanco no previsível enfrentamento entre dois ex-governadores Roberto Requião (PMDB) e Beto Richa (PSDB).
Se Fruet topar a parada, vai levar votos dos outros três e pode complicar a vida tanto de Beto Richa como de Oriovisto Guimarães, não esquecendo também que na eleição para o Senado, em 2010, ficou em terceiro lugar, muito perto de aposentar Requião. A diferença entre os dois foi de apenas 1,6% dos votos.
Os curitibanos se decepcionaram com o desempenho de Guga no papel de gestor, tanto que não o reelegeram, mas mantém o recall do bom trabalho na Câmara Federal e não há suspeitas de envolvimentos com malfeitos durante toda a carreira. Nos tempos que correm, já é meio caminho andado.
O perfil político de Fruet, todos sabem, é de parlamentar, no embate de ideias e projetos, tanto no plenário da Câmara como do Senado.
A última manifestação pública de Gustavo Fruet foi sintomática: surpreendeu-se com a avalanche de denúncias contra os dois governos de Beto Richa que têm pipocado nas últimas semanas. E ele sabe que se a avalanche se prolongar, com novos fatos, o único caminho que restará ao ex-governador será disputar uma vaga na Câmara Federal. Terá muito mais chances de se eleger.
Sem Beto Richa, o Senado se torna mais fácil para um nome consolidado politicamente, como o de Fruet e de Requião, e com o novo no cenário, professor Oriovisto.
Briga de cachorro grande, no bom sentido.