Carla Zambelli versus Joice Hasselmann: as musas da direita lavam a roupa suja em público


“Pensei que fosse só burra, mas além disso, é muito mau-caráter mesmo. Mentirosa, venenosa, invejosa, uma víbora que espalha mentiras e discórdia.” Quem disse isso foi a deputada Joice Hasselmann, se referindo a colega Carla Zambelli. Foi publicado nesta terça-feira no grupo de WhatsApp do PSL, que como todos sabem é o partido de Jair Bolsonaro.

Com todo o respeito, um arranca-rabo entre essas duas senhoras é motivo para pegar uma vasilha bem grande de pipoca. Joice e Carla estiveram juntas antes de Bolsonaro se eleger e faziam papel de musas da direita. Sim, cada movimento tem a musa que merece, neste caso duas delas, tão apropriadas à nova era de Bolsonaro quanto Maria do Rosário e Gleisi Hoffmann como musas da era que passou, aquela do Lula.

Hoje em dia Joice e Carla estão se pegando, numa briga escandalosa que já teve outras baixarias públicas. A mensagem de Joice tem uma relação com uma provocação de Carla, postada ontem no mesmo grupo de WhatsApp do PSL, em que ela faz a seguinte pergunta: “Por que Joice e Frota não migram logo para o PSDB de Doria?”.

Neste furdunço entra também o citado deputado Alexandre Frota, que por sua vez, além de atacar publicamente Carla e Joice, bate no senador Major Olímpio. Para ele, Zambelli e Olímpio são, respectivamente, “duas caras e barata tonta”. São exemplos da “nova política”, todos do PSL de São Paulo, o que torna oportuno falar do deputado Eduardo Bolsonaro, que o paizão presidente pretende presentear com o cargo de embaixador nos Estados Unidos.

Sendo Eduardo presidente do PSL paulista, as recorrentes baixarias servem como avaliação de seu currículo. Alguém pode achar que um político que dirige um partido com esta bagunça terrível tem capacidade de ser embaixador nos Estados Unidos? O PSL paulista teria de servir como um exemplo para a base política do governo Bolsonaro, digo no sentido ideal e não dessa forma, trazendo complicações para o governo do pai dele.

Esta deve ser a primeira vez que Eduardo Bolsonaro administra alguma coisa na vida e o resultado, como se pode ler até no Twitter, está mais que precário. Enquanto o partido se perde numa tremenda desunião com essa troca de insultos o filho do presidente deve estar surfando em alguma praia da Indonésia, o que serve também para conferir seu senso de responsabilidade.

E vejam que esses políticos que citei são figuras centrais do bolsonarismo, todos da intimidade do presidente, um deles o próprio filho do presidente da República. E ainda tem quem acha que esse governo pode dar certo? Para defender esse projeto político não basta ser fanático de direita. Tem que ter também a cabeça totalmente fora do lugar.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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