Com 33% das intenções de voto na pesquisa Ibope/RPC depois de meses (ou anos) de intensa campanha pelo estado e a desistência de um adversário forte, o candidato Ratinho Jr , se tivesse barbas, deveria colocá-las de molho. Piscou a luz amarela para mostrar que nem tudo está garantido. Se os eleitores paranaenses tivessem mesmo vontade de eleger Ratinho Jr em outubro, ele deveria ter ultrapassado a barreira dos 40% dos votos com folga.
A estas alturas, o staff da campanha de Ratinho Jr já deve ter mudado a razão da torcida: ao invés de liquidar a fatura no primeiro turno, passa a torcer para que a disputa no segundo turno seja com a governadora-candidata, Cida Borghetti. Mesmo amparada por um esquema fortíssimo de partidos e coligações montada pelo marido, Ricardo Barros, espalhado por todo o Paraná, Cida vem mostrando fragilidade nos debates e embates da campanha: carece de segurança na explanação de ideias e projetos para o futuro governo.
O impasse se localiza agora na figura do deputado João Arruda. Ele é o candidato do MDB, um partido que ainda reúne um número de prefeitos e vereadores respeitável no Paraná, é sobrinho de Roberto Requião, com 40% de intenções de votos para o Senado, tem boa figura e tende, naturalmente, a subir nas pesquisas.
O primeiro colocado, Carlos Ratinho Jr, está naquela situação tão conhecida de “se ficar, o bicho pega, se correr, o bicho come”, ou seja, se colocar as baterias contra Cida Borghetti para tentar ganhar no primeiro turno, corre o risco de fortalecer João Arruda. Se ficar sentado nos louros de primeiro colocado, pode ser surpreendido do mesmo jeito, e pior dos mundos, ter João Arruda como adversário e aí turbinado pelos partidos de centro esquerda juntos e misturados.
Eleição, minha gente, é uma caixinha dourada de surpresas e segredinhos dispersos.