E que o “ganhador” deve aceitar e não reclamar de absolutamente nada mesmo que os editores aprovem seu trabalho e resolvam, a seu bel-prazer, modificá-lo conforme a edição exigir. Isto é “cultural”? A SIB deseja um outro tipo de cultura. A do respeito. Centenas de jovens apresentam seus portfolios a editores de revistas todos os anos. Será que desses, nenhum mereceria a chance de publicar já sendo remunerado? Será que nenhum deles preenche os requisitos mínimos para se tornar um profissional, ainda que, digamos, junior?
A Editora Abril tem feito dezenas de leituras de portfolio durante a bem sucedida exposição “Ilustrando em Revista”. São garotos de vários estados que, esperançosos, encaram a fila e o crivo de profissionais da Editora. Impossível não haver entre eles alguns que já poderiam se iniciar na arte da ilustração nas páginas das revistas da Abril sendo remunerados.
O regulamento do concurso não tem absolutamente nada de cultural. Ele é um contrato econômico e uni-lateral, infelizmente. A Abril faria mais se valorizasse seus profissionais, seus colaboradores, e que respeitasse os leitores que ainda restam oferecendo a eles um produto profissional e qualificado. Ganharíamos todos nós.
Atenciosamente,
SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil