Carta para Raquel (2)

Minha amada esposa:

Tenho outra notícia para lhe dar. Durante o Congresso Paranaense de Direito Administrativo, você recebeu outra linda homenagem. O Edgar Guimarães, que passou a presidência do Instituto para a Adriana Schier, é um general que não deixa seus mortos e feridos para trás.

Terminando a homenagem, ele leu um poema do nosso irmão José Anacleto Abduch Santos, feito especialmente para você. Segue abaixo:

Para Raquel

Foi brilho de luz

Foi doce de alcaçuz

Foi chão

Foi paixão

Foi inteligência

Foi resiliência

Foi alegria

Foi razão que inebria

Chegaste ao Paraná

Das Minas Gerais

Como suave maná

De muitos atributos pessoais

Dando pleno encantamento

Aos de seu relacionamento

Pondo marca indelével

Na sua especial humana trajetória

Merecedora de toda dedicatória

Na vida e no direito

Maravilhou com seu jeito

Fazendo tudo melhor

A todos em seu redor

Mas a sorte, num golpe cruel

Nos levou Raquel

Deixando n´alma um vazio

Que nunca será sombrio

Pois sua bela história

Teremos sempre na memória.

 Falando em poemas, recebi pelo Face um de Fernando Pessoa que quero transcrever aqui em homenagem a você:

Tenho um livrinho onde escrevo

Quando me esqueço de ti.

É um livro de capa negra

Onde inda nada escrevi.

Raquel, comprei hoje o livro de capa negra na papelaria. Mas não comprei a caneta. Eu nunca vou precisar dela.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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