Surpresa! Logo no dia da posse, descubro uma importante afinidade com o novo presidente: a caneta Bic. Somos, ambos, fãs e usuários da caneta Bic. Ao contrário de todos os seus antecessores, pelo menos de FHC para cá, incluindo Lula, Dilma e Temer, que utilizaram no jamegão de posse a indefectível Mont Blanc do cerimonial, o Capitão Messias fez uso e obrigou a ministrada a usar Bic Cristal azul. Pode ter sido apenas mais uma jogada de marketing, mas deixou-me feliz. Mais feliz ainda ficou a Bic Brasil (ou então a Compactor Economic, já que parte da imprensa desmancha prazer afirma que não era Bic, mas semelhante à Bic, da Compactor), fabricante do produto.
Aliás, o fato lembrou-me de outro, ocorrido muitos anos atrás. Como assessor jurídico do egrégio Tribunal de Justiça do Estado, eu secretariava as sessões das então Câmaras Cíveis Reunidas. Eram presididas pelo vice-presidente do TJ, uma figura meio tosca, meio caipira, sem maior traquejo social. Da mesa diretora participava também um procurador de Justiça, figura meio pedante, que se achava aristocrático, de trânsito internacional e sotaque puxado para o francês, e que depois também chegaria a desembargador e presidiria o egrégio.
Lá pelas tantas, numa demonstração explícita de puxassaquismo, o ilustre represente do MP, retira do bolso uma finíssima caneta tinteiro e a oferece ao desembargador:
– Excelência, passei pela Suíça e lembrei-me do senhor.
E S. Exª:
– Ah, muito obrigado. Que beleza.
Ato contínuo, guardou o mimo no bolso e continuou usando a sua costumeira Bic (essa, com certeza, uma autêntica Bic).