Assis Chateaubriand, já com o corpo inteiramente paralisado pelo AVC que havia sofrido anos antes, apenas com o indicador da mão direita, escreveu um editorial para seus jornais, descendo a lenha nos três.
Disse Chatô que nossos governantes entendem tanto de política externa quanto entendiam os tapuias e tupinambás. Adhemar de Barros, Carlos Lacerda e Júlio de Mesquita Neto (o dono do jornalão) são “límpidos marginais em relação ao drama internacional”. “Vejo-os em 1500, de tanga, trepados nas árvores, à espera de que frei Henrique de Coimbra reze a primeira missa”.
Passados 59 anos, o “Messias” foi à Rússia para garantir “fertilizantes”. Putin, na semana passada, anunciou o veto da venda dos mesmos ao Brasil. O “Jajá Bozó”, que entende tanto de política externa quanto entendiam os tapuias e os tupinambás, agora se encontra de tanga, trepado na árvore, à espera que o saudoso Frei reze a primeira missa. Límpido marginal em relação ao drama internacional.
Maiores detalhes em:
MONTEIRO, Karla. Samuel Wainer: o homem que estava lá. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
MORAIS, Fernando. Chatô, o rei do Brasil: a vida de Assis Chateaubriand, um dos brasileiros mais poderosos do século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
*Paulo Roberto Ferreira Motta – 1960|2023