A cantora e atriz norte-americana de 76 anos reagiu às críticas por namorar um produtor musical de 36 anos
No início de novembro circulou uma fotografia da cantora Cher saindo de um restaurante de mãos dadas com seu novo namorado. A notícia se espalhou rapidamente na mídia e nas redes sociais: Cher, de 76 anos, está namorando o rapper e produtor musical Alexander Edwards, de 36.
No dia 6 de novembro, uma mulher comentou no Twitter: “Eu não sei como me sentir sobre isso. Eu sou fã por tanto tempo que eu imediatamente suspeito das intenções dele com você. Nós sabemos que você é fabulosa e que as pessoas que te amam continuarão te apoiando. Quero que você seja feliz, mas sem ninguém se aproveitando de você.”
Cher respondeu com letras maiúsculas: “Haven’t you got anything else to do!? Let me explain… I don’t give a fuck what anyone thinks.”
Ou em um bom português: “Eu ligo o foda-se para o que as pessoas pensam”.
E teve mais: “Como todos sabemos, eu não nasci ontem, e eu tenho certeza de que não há nenhuma garantia. Toda vez que você faz uma escolha, você corre risco. Eu sempre corri riscos, é quem eu sou… Os odiadores irão odiar. Para eles, não importa o fato de que estamos felizes e não estamos atrapalhando a vida de ninguém”.
Ela disse que o namorado a trata “like a queen”: “Ele tem 36 anos de idade e veio atrás de mim. Eu o amo porque ele não teve medo e porque ele é gentil, hilário, inteligente, talentoso, lindo. Conversamos e rimos. Combinamos perfeitamente. Eu gostaria de ser mais nova, mas não sou. E daí? Nós nos amamos e estamos felizes”.
Como mostrei no livro “Por que os Homens Preferem as Mulheres Mais Velhas?“, realizei uma pesquisa com 52 casais em que as mulheres são, pelo menos, dez anos mais velhas do que os maridos. Algumas são 20, 30 e até mesmo 40 anos mais velhas.
O que eu encontrei?
Para os homens, as esposas são mais inteligentes, bonitas, poderosas, admiráveis, atraentes, interessantes, agradáveis, compreensivas, divertidas, atenciosas do que as mulheres mais jovens. Eles não enxergam a diferença da idade e enfatizam que valorizam a superioridade delas em comparação com as demais mulheres.
Já as mulheres sentem uma enorme vergonha pelo fato de serem mais velhas. Apesar de estarem casadas há muitos anos e receberem provas constantes de que são especiais e até mesmo superiores, elas sentem muita insegurança e medo de serem trocadas por mulheres mais jovens.
Uma jornalista, de 53 anos, disse que as próprias mulheres aprisionam as escolhas femininas: “Minha filha tem 33 anos e meu marido tem 32. Desde o início, ela foi sarcástica: ‘Seu novo filho?’. Disse que eu era uma velha ridícula com um garotão que poderia ser o namorado dela. Minha mãe me criticou: ‘Você é muito mais velha, parece a mãe dele, isso aí é só sexo casual. Ele nunca vai levar a sério’. Minhas amigas acharam que ele estava se aproveitando de mim”.
Os homens não demonstraram sentir vergonha por serem casados com mulheres mais velhas, como mostrou um bancário de 34 anos: “Minha mulher tem 56 anos, o filho dela tem 33. Quando saímos os três juntos, muitas mulheres perguntam: ‘Seus filhos?’ Ela morre de vergonha. Eu não esquento, digo só para sacanear: ‘Eu sou o filho mais velho’. Aí dou um beijo na boca dela só para provar que tenho o maior orgulho de ser o homem de uma mulher tão maravilhosa”.
Vale lembrar uma entrevista que Cher deu em 1996, aos 60 anos, para explicar que escolhia estar com os homens porque gostava deles, e não porque precisava deles.
“Um dia minha mãe me disse: ‘Querida, um dia você devia se aquietar e casar com um homem rico. E eu disse: ‘Mãe, eu sou o homem rico’”.
Em uma cultura onde impera uma ditadura da juventude, está na hora de as mulheres fazerem como Cher e ligarem o botão do foda-se para os próprios medos, inseguranças, vergonhas, culpas, estigmas e preconceitos associados ao envelhecimento. Não é à toa que o título do meu livro que fala sobre a revolução da bela velhice é “Liberdade, Felicidade e Foda-se!”.
Por que será que as próprias mulheres alimentam, reproduzem e fortalecem a velhofobia que mora dentro de todos nós?