“DNA – Somos Todos Iguais” narra o conflito entre a razão
e a emoção. Foto Divulgação
Interessado em renovar o conceito da arte circense, o Circo Roda traz ao Festival de Curitiba mais um espetáculo que explora todas as potencialidades artísticas e estéticas do circo. “DNA – Somos Todos Muito Iguais”, dirigido por Hugo Possolo, vai ocupar a Ópera de Arame amanhã (31) e no dia 10 de abril.
A começar pelo tema, o espetáculo do Circo Roda prova que o circo pode ser palco de muitos debates. A escolha por um assunto pouco explorado neste universo partiu da busca do grupo em fugir das regras do circo tradicional, que, esclarece Possolo, “pode ser entendido como entretenimento, mas não é superficial”.
Depois de pesquisar sobre o tema, o diretor contemplou o conflito entre a razão e a emoção para a concepção do espetáculo. “DNA – Somos Todos Muito Iguais” narra o antagonismo entre Inadequado, a figura emocional, instintiva e o Homem Original, que age principalmente pela razão.
Possolo explica que a discussão está centrada sobre a questão das células-tronco e do DNA cultural, o legado deixado pelos nossos ancestrais que determina quem somos. “É um tema que sempre me instigou. Me senti muito realizado com este espetáculo”.
As acrobacias, malabarismos, saltos e vôos tomam corpo em 19 artistas, que são movidos pela trilha sonora composta por Paulinho Soveral. A composição tem uma pegada rock and roll, com uma pitada eletrônica, o que evidencia o imaginário contemporâneo proposto pelo grupo.
Tecnologia
Pela primeira vez em um espetáculo, o Circo Roda utiliza o light grafitti, técnica que, através de iluminação, simula o desenho de grafite em prédios e interage com as cenas. A sugestão partiu do cineasta curitibano Murilo Hauser quando procurado para criar um trabalho de vídeo. “A ideia é dialogar com intervenções urbanas e explorar a linguagem contemporânea do circo. Isso permite uma liberdade de expressão maior”.