A reação depressiva imobiliza a pessoa. O desapontamento pode deixar a pessoa triste, mas não imobilizada. Não confunda estado de tristeza com depressão. Mas, a gente confunde tudo e acaba deprimido por causa disso. Ou muito, muito triste. O reconhecimento e a aceitação de um sentimento mudam a qualidade do estado emocional. Perceber, tomar conhecimento e aceitar um estado emocional dá asas novamente. Suprimir as emoções é a pior coisa a fazer. Isso amortece a luz da vida, rouba a energia da alma. Vamos buscar vitalidade pras nossas vidas. Vamos nos mover pra corpo e alma em perfeita sintonia. Ou, pelo menos, correndo na mesma direção.
Por aí, se vai fácil a um livro de 500 páginas com o pomposo título Colapso de uma ilusão. Evoca-se ambiente, companhias, solidão. Trazem-se à tona supressões, medos, negações, hostilidades, atitudes inconclusas. E as páginas se enchem de análises, conselhos, padrões de comportamento. E a vida mesmo está bem ali, depois da porta, antes da janela, no sofá, na cozinha, no quintal. Fisicamente presente, emocionalmente ausente ou vice-versa. E, aos trancos e barrancos, olha-se pra frente e tenta-se viver agora. Sem esquecer o ontem. Uma carga muito pesada pra quaisquer ombros, barrigas, mãos, cérebros. Juntos ou esquartejados.
*Rui Werneck de Capistrano, nem ninguém, escreveu esse livro
Sobre Solda
Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido
não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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