Lula considera essencial discutir com Biden formas de combater a extrema-direita no mundo. Tem a pretensão de firmar um acordo internacional que leve à regulação global das redes sociais contra a difusão de fake news. Ironicamente, Bolsonaro se encontra nos Estados Unidos. Com o título de chefe de Estado vencido, pediu a concessão de um visto de turista. Enquanto aguarda, o capitão propaga mentiras para plateias amigas cada vez menores, em palestras organizadas por simpatizantes do seu ídolo Donald Trump.
A pedido de Lula, incluiu-se também na pauta do encontro bilateral a guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula encasquetou com a ideia de assumir algum protagonismo na construção de uma saída para a paz. Menciona a hipótese de constituição do que chama de “novo G20”, para buscar uma solução negociada. Tratou do assunto com o líder alemão Olaf Scholz, na semana passada. Planeja abordar o assunto também com o presidente chinês Xi Jinping na vista que fará à China no mês que vem.
A presença dos ministros Fernando Haddad (Economia) e Marina Silva (Meio ambiente) na comitiva de Lula sinaliza que a megalomania diplomática não o fez esquecer o pragmatismo. Biden menciona desde a campanha em que prevaleceu sobre Trump a ideia de organizar um fundo ambiental. Coisa de US$ 20 bilhões. Serviria, segundo suas palavras, “para o Brasil não queimar mais a Amazônia.”
Bolsonaro enxergou na ideia uma “lamentável” ameaça à soberania nacional. Rosnou para Biden na época: “Apenas diplomacia não dá. Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora, senão não funciona. Lula deveria convidar o anfitrião da Casa Branca a converter seu blábláblá ambiental em cifras.