Lula conseguiu o que queria. Convenceu Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, a ir a Nova York na semana passada com o argumento de que precisava vender o país lá fora e, assim, passar a ideia de que há união entre o Executivo e o Legislativo na pauta ambiental. Lira, que declinou do convite de ir à China, foi aos EUA —e se entrosou.
Lira apareceu no plenário da ONU para acompanhar o discurso de Lula ao lado de Rodrigo Pacheco (MDB-MG), ao contrário do que fizera na única vez em que acompanhou Jair Bolsonaro à ONU. Durante os encontros e jantares demonstrou sintonia surpreendente ao lado dos ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Fernando Haddad (Fazenda), Pacheco e do próprio presidente.
Para quem acompanhou os encontros com empresários e diplomatas, sabendo que até dezembro o presidente da Câmara era aliado de Jair Bolsonaro, se surpreendeu.
Uma fonte disse ao Bastidor que a surpresa não estava na presença de Lira, nem nos seus gestos políticos. Mas no entrosamento. “Pareciam ministros, como se Lira já estivesse no governo”, disse.